Canonical quer smartphones com Ubuntu brigando contra Android

03-01-2013 15:14

O novo sistema operacional móvel será mostrado no CES, na próxima semana. Ele funciona em smartphone com processadores x86 ou baseados em ARM

 

Ampliando ainda mais sua missão principal de fornecer distribuições Linux para desktops e servidores, a Canonical está desenvolvendo uma versão do Ubuntu para smartphones.
A empresa pretende comercializar o sistema operacional para fabricantes de smartphones e operadoras wireless de telefonia, apostando em ter no sistema uma alternativa ao Android. A empresa ainda não anunciou que operadoras ou fabricantes de celulares estão planejando fabricar telefones Ubuntu.
Mas os usuários devem esperar que os primeiros aparelhos com o SO sejam lançados no final de 2013 ou início de 2014, disse o fundador da Canonical, Mark Shuttleworth, durante conferência de imprensa anunciando o lançamento do smartphone.
A Canonical estima que o Ubuntu já seja utilizado em mais de 20 milhões de computadores desktop - Asus, Dell, Hewlett-Packard e Lenovo oferecem computadores com Ubuntu pré-instalado. Com a versão para smartphone, a empresa está agora ostentando que oferece um único sistema operacional para diversos dispositivos.
Como o altamente popular Android, esta versão do Ubuntu é baseada no kernel do sistema operacional de código aberto Linux. Ao contrário do Android, no entanto, o Ubuntu não requer o Java Virtual Machine (JVM) para operar. O detalhe, segundo a Canonical, proporciona aumento de desempenho para aparelhos rodando Ubuntu em comparação com aqueles que executam o Android.
A empresa também está de olho no problema de fragmentação do Android, pelo qual diferentes fabricantes oferecem versões personalizadas e incompatíveis do sistema operacional. A Canonical prometeu manter a  base do código para várias plataformas móveis. Como o Android do Google pode ser livremente modificado, operadoras e fabricantes de celulares têm extensivamente modificado o sistema operacional para adicionar seus próprios recursos, frustrando os desenvolvedores que têm de personalizar seus aplicativos para diferentes versões do OS.
Para evitar a fragmentação no Ubuntu, a Canonical construiu um conjunto de estruturas que permitem que os fornecedores de celulares insiriam seu próprio conteúdo, aplicativos e modificações de estilo no sistema. Com estes frameworks, provedores de celulares podem personalizar o OS enquanto a base do mesmo permanece consistente em todos os aparelhos, o que deve agradar os desenvolvedores de aplicativos de terceiros.
Ao desenvolver o sistema operacional móvel, a Canonical quis ter certeza de que ele pode executar todos os drivers de dispositivos escritos para Android, o que significa que os telefones que executam o SO do Google também podem rodar o Ubuntu.
O design do sistema operacional é a mistura perfeita entre plataformas de smartphone em que cada canto da tela sensível ao toque do aparelho pode ser usado para ajudar a navegar através do sistema. Passar um polegar sobre o lado esquerdo, por exemplo, traz uma bandeja de apps. E passá-lo- no topo da tela irá abrir um serviço de busca.
O SO Ubuntu para smartphone também irá oferecer a possibilidade, no hardware selecionado, de ser executado em um monitor de tamanho grande, permitindo que ele sirva potencialmente como um computador desktop. O sistema operacional é compatível com muitos pacotes de suporte de placa (BSP) do Android, que são definições de configuração de hardware do aparelho, tornando-o pronto para ser executado em muitos chipsets móveis existentes que atualmente executam o Android. Ele irá trabalhar com aparelhos rodando processadores x86 ou ARM.
A Canonical planeja demonstrar o sistema operacional na CES (Consumer Electronics Show), que será realizada na próxima semana em Las Vegas.
UOL